Recentemente, uma decisão importante foi tomada nos Estados Unidos. Na última sexta-feira (20), um juiz federal determinou que a empresa de inteligência cibernética NSO Group é responsável pela onda de ataques que afetou o WhatsApp em 2019. Cerca de 1 mil usuários tiveram sua atividade monitorada através do Pegasus, um spyware desenvolvido por essa firma.
A batalha judicial teve início em 2019, quando o WhatsApp acusou a NSO Group de infringir leis federais anti-hacking nos Estados Unidos. De acordo com a empresa, o Pegasus foi utilizado para espionar defensores de direitos humanos, jornalistas e políticos naquele ano.
Essa decisão é uma vitória significativa para a privacidade, declarou o chefe do WhatsApp, Will Cathcart, em um post no X. Ele afirmou que a empresa dedicou os últimos 5 anos para apresentar seu caso, baseado na crença de que empresas de spyware não deveriam ter imunidade nem se furtar à responsabilização por suas ações ilegais.
Os documentos fornecidos pelo WhatsApp evidenciam centenas de dispositivos afetados e destacam os esforços da empresa para mitigar a espionagem através do Pegasus.
Entenda o Pegasus
O Pegasus é reconhecido como um spyware de alta eficiência. O malware possui a capacidade de infectar dispositivos Android e iOS apenas com um simples texto ou link. Todo o processo ocorre insidiosamente, sem deixar qualquer rastro.
Após infectar um celular, o malware é capaz de interceptar mensagens, monitorar a localização, analisar padrões de uso, ligações e até acessar câmeras e microfones do dispositivo.
Especialistas em cibersegurança comentaram de forma favorável sobre a decisão, conforme informado pela Reuters. Um dos profissionais entrevistados mencionou que essa decisão possui “grande impacto para a indústria de spywares”.
“Grande parte da indústria de spyware se protege com o argumento de que não é responsável pelo que seus clientes fazem com suas ferramentas de hacking”, afirmou John Scott-Railton, pesquisador em cibersegurança, também em entrevista à Reuters. Ele completou que a decisão “deixa claro que a NSO Group foi, de fato, responsável por violar inúmeras leis”.